Ingredientes de um relacionamento amoroso maduro
A mãe de uma adolescente me procurou preocupada com o recente namoro da filha. Percebia algumas coisas na relação que a incomodava, mas tinha receio de estar sendo implicante. Por conseguinte, começamos a conversar e expliquei para ela sobre alguns pontos em que poderia aconselhar sua filha em seu namoro. Os pais nunca deveriam escolher o namorado (a) de seus filhos, mas precisam orientá-los ao longo do seu relacionamento, visando auxiliá-los em seu desenvolvimento como amantes – uso aqui esse termo não no sentido pejorativo, mas significando alguém que ama.
Pensando nisso, percebi que existem muitas pessoas que se relacionam de forma imatura. Então resolvi aqui descrever alguns ingredientes de um relacionamento amoroso maduro. Vou falar aqui a respeito do namoro, porque geralmente é a porta de entrada de um relacionamento amoroso com compromisso. No entanto, essas dicas também servem para outros tipos de relação, como o ficar, noivado e casamento. Então vamos lá para algumas recomendações:
Não se isole. Tem gente que tende a considerar muito o relacionamento amoroso, acima do que seria recomendável. Basta começar o namoro que não passa mais tempo com os amigos e com a família. Parece que somente deseja ficar com o seu par amoroso.
O namoro tem que ser MAIS UM relacionamento bom em sua vida; não pode ser O único relacionamento bom. Não ache que agora que está namorando você deve fazer tudo junto com o seu(ua) namorado(a). A sua vida deve ser BEM MAIOR que o seu namoro.
Continue mantendo interesses diversos. É muito saudável que você continue participando de atividades ou mantenha interesses distintos do seu par. Afinal de contas, por mais que vocês tenham interesses em comum, você não deve suprimir aquilo que é diferente em você. As diferenças não significam distância, falta de amor, abandono ou rejeição. Em um relacionamento você deve ser livre para ser quem é e fazer o que gosta.
Não tente controlar o outro. Precisamos ofertar o nosso amor livremente ao invés de dizer: “vou te amar se você fizer tal coisa”. Quando tal tentativa de controle acontece, você pode conseguir temporariamente o que quer, mas no fim perderá a confiança, o respeito e às vezes até o amor do seu par. Você pode até ter uma “boa intenção” visando o crescimento do seu namorado(a), mas quem gosta de ser controlado? Você ama a pessoa que você vê hoje, ou a pessoa que espera que se torne se você pressioná-la e atormentá-la ou se insistir e implorar até que ocorra uma mudança?
Não ache que é seu dever tratar das falhas de caráter dele(a). Conheço pessoas que estiveram envolvidas em relacionamentos abusivos que acreditavam que precisavam amar mais alguém para que ele mudasse. Sentiam-se culpadas quando o outro não mudava, achando que deveriam se esforçar mais ainda, serem mais pacientes ainda, serem mais amorosas para que, por fim, o outro mudasse.
Entenda uma coisa: as pessoas mudam porque querem mudar. O amor não conserta tudo. O caráter precisa mais do que amor para amadurecer.
Claro, há muito mais sugestões, mas corro o risco de deixar esse texto muito extenso. Dito tudo isso, espero que você aproveite bastante o seu relacionamento amoroso: que haja muita cumplicidade, afetividade, companheirismo e prazer.
