Superando o próprio egoísmo
Tem gente que se culpa por se achar egoísta. Reclama que não consegue pensar nos outros, principalmente nas pessoas que mais ama. Gostaria de mudar, mas não sabe como. Aí a culpa se torna maior à medida que o tempo passa.
É importante ressaltar que estou falando de gente que se preocupa com o próprio egoísmo. Esse texto não é para você convencer uma pessoa que você acha que é egoísta a reconhecer essa possível característica. Esse texto é para você que se acha egoísta e quer mudar isso.
O fato de não conseguirmos pensar nos outros pode ser porque as nossas maiores necessidades não estão sendo atendidas. Imagine a seguinte situação: você está com uma tremenda dor de dente e te pedem para pensar em formas de ajudar uma tia que está passando por uma crise no casamento. Você vai conseguir pensar com clareza quando está com uma dor dessa? Você vai conseguir se focar no problema da sua tia quando na verdade mal consegue pensar em outra coisa a não ser em aliviar a sua dor? É claro que não.
Para que você possa se importar mais com os outros, o primeiro passo é que as suas mais básicas necessidades estejam sendo supridas. É claro que não estou dizendo que você tem que estar 100% para pensar em outros (afinal de contas, acho que não existe ninguém que esteja 100% na vida), mas que o básico, o essencial daquilo que você precisa deve estar ok.
A questão é: você está gastando seus recursos e energia em algo que realmente te satisfaz? O problema é direcionarmos nosso tempo, energia e dinheiro em coisas que não nos satisfazem. O maior exemplo disso são pessoas que têm como objetivo principal registrar os momentos em suas redes sociais: vão a determinados restaurantes, fazem certas viagens, compram determinadas coisas, saem com certas pessoas simplesmente com o objetivo de postar. Talvez façam isso com o intuito de impressionar a outros ou receber muitos likes. No final das contas, continuam insatisfeitas, justamente porque não estão realmente se importando com suas próprias necessidades.
O egoísmo está atrelado a pessoas que tem uma autoestima baixa. Afinal de contas, uma pessoa que se sente indigna precisa valorizar-se pelo egoísmo. A necessidade de se sentir bem consigo mesmo é, de forma geral, muito grande: acaba realmente se tornando uma prioridade para o indivíduo. Somente aquele que tem ciência de seu próprio valor consegue agir com generosidade em relação ao próximo.