A melhor maneira de incentivar seu filho
É claro que os pais desejam que seus filhos possam ser o melhor que eles podem ser. No entanto, não está tão claro para alguns o que fazer para continuar incentivando os seus filhos a terem bons resultados na vida. E quando falo a respeito de bons resultados, estou me referindo não apenas à vida profissional e escolar, mas a todas as áreas. Devo recompensá-lo financeiramente quando tiver um bom desempenho? E com que frequência? Ou então devo ficar elogiando-o sempre que acertar? Mas isso não poderá torna-lo soberbo? Esse breve artigo não se propõe a responder todas essas perguntas – talvez fosse necessário um livro para tal -, mas tem a pretensão de iniciar uma reflexão a respeito.

Responda rapidamente: você se acha mais inteligente quando tira a nota máxima em uma prova ou quando está aprendendo algo novo? A resposta para essa pergunta fará total diferença na forma que você enxerga o mundo e na forma como recompensa o seu filho.
Se você respondeu a primeira opção – se sente mais inteligente quando tira a nota máxima – é provável que você recompense o seu filho da mesma maneira. Quando ele aparecer em casa com o boletim escolar com notas boas, você provavelmente dirá: “parabéns meu filho, você é muito inteligente!”. Qual o problema com esse tipo de recompensa?
O problema reside no fato de que o seu filho irá se achar inteligente como se fosse uma característica imutável. Ele poderá pensar que, independente de qualquer coisa, terá um ótimo resultado. Focar em elogiá-lo por sua inteligência passará a ideia de que ele não precisa fazer muito esforço para conseguir resultados: o talento naturalmente o levará ao sucesso. Isso não é verdade.
Imagina que seu filho – que tem o costume de ouvir que é inteligente – se depara com um desafio novo, no qual existe a possibilidade de não ter um bom desempenho logo no início. Sabe o que provavelmente acontecerá? Ele se esquivará porque teme que esse desafio questione sua “inteligência”. Já vi isso acontecer várias vezes.
Conheci muitos jovens que no momento em que entraram na universidade desenvolveram depressão e outros transtornos psicológicos. Sabe por quê? Porque acharam que não eram inteligentes. Vou explicar melhor.
Esses jovens se deram bem no Ensino Fundamental e Médio, geralmente com pouco esforço. Tiveram notas boas e acharam que o desempenho na faculdade seria semelhante. O problema é que a vida acadêmica geralmente exige um esforço bem maior que no Ensino Fundamental e Médio. Como esses jovens eram sempre elogiados pela sua inteligência – e consideraram que a inteligência era uma de suas maiores e melhores características – quando entraram na universidade e se depararam com conteúdos muito complexos e ficaram frustrados por não ter um rendimento tão bom. É como se a universidade tivesse mostrado para eles que não eram tão inteligentes quanto pensavam.
A verdade é que esses jovens são inteligentes sim, mas tinham uma crença errada de que esse atributo por si só seria suficiente para lhes garantir sucesso na faculdade, no emprego e na vida em geral. Para serem bem sucedidos nessa nova fase de suas vidas, precisaram entender que era necessário se esforçarem.
Então, ao invés de ressaltar a inteligência, que tal elogiar o esforço? Assim a criança vai entendendo que o melhor é o processo de aprendizagem; que ela não precisa saber tudo e o que vale é o crescimento. Assim sendo, ela terá uma mentalidade de desenvolvimento contínuo de habilidades. Apreciará mais o aprender e, por isso, acreditará mais em si mesma e na sua capacidade de superar os obstáculos da vida.