Ah, a insegurança...
Paula não sabe qual carro deve comprar, por isso circula em várias concessionárias e, consequentemente, fica cada vez mais confusa: são várias as marcas, modelos, potência, acessórios e tudo o mais. A princípio, havia pensado em adquirir o veículo de um determinado valor, dando uma entrada de 50% e financiando o restante em 24 meses. No entanto, agora está em dúvida se adquire um modelo mais caro, dando uma entrada percentualmente menor e dividindo o restante em 36 meses. Ou é melhor comprar um carro mais simples à vista?
A vida amorosa do Gustavo é incerta, pois não sabe qual a melhor escolha: investir em Raquel, uma jovem alegre e espontânea, que contagia a todos ao seu redor e que o faz sentir-se bastante vivo; ou Lara, mais recatada e de fala tranquila, que lhe chama atenção pela sua meiguice?
Roberto teme perder a namorada. Por conta disso, vasculha diariamente o celular dela; briga quando a vê conversando com algum outro homem; e cobra que a mesma esteja o tempo todo com ele nos finais de semana.
Todos esses exemplos com nomes fictícios nos remetem a insegurança. Pode ser tanto a percepção de se estar desprotegido, vulnerável, como a sensação de incerteza, falta de firmeza e dúvida. Pode parecer clichê, mas a vida é cheia de escolhas e, no final das contas, isso pode confundir. Existem pessoas que diante das várias possibilidades que a vida lhe propõe, paralisam. Ficam com receio de tomar uma decisão errada: “será que a outra opção não seria melhor?”.
Outros indivíduos temem tanto perder que tentam exercer controle sobre os outros, se esforçam para dominar. Mas o resultado é o inverso, pois aquele que se sente controlado acaba rompendo com o relacionamento. Geralmente, as pessoas que cometem abusos são inseguras. É como o marido que bate na mulher porque se sente intimidado por ela, e procura diminuir sua sensação de fracasso através da violência.
Assim sendo, o caminho para enfrentar a insegurança é conhecer melhor a si mesmo. À medida que nos conhecemos melhor, abrem-se novas opções para vivermos a nossa vida. Com certeza você já ouviu a expressão: “me encontro em um beco sem saída”. Será que realmente não existe saída? Duvido muito. Conhecer a si mesmo vai abrir novos leques de oportunidades para viver a melhor vida para você.
Um dos problemas das pessoas inseguras é que elas acreditam que uma decisão errada que ela tome poderá causar sempre danos irreparáveis. Não veja um erro como fatal, mas entenda que a vida é cheia de incertezas e que os erros fazem parte dela.
A vida é cheia de riscos, mas o pior risco de todos é não vivê-la!
Monitore seu comportamento para não fazer as escolhas mais prováveis, com menor potencial de risco, tentando ter tudo sob controle. Quando as dificuldades vierem, não fuja delas, pois serão um instrumento para você se desenvolver.
O relacionamento psicoterapêutico irá auxiliá-lo a enfrentar com confiança as intempéries da vida. Lembre-se de que isso é um processo e você estará se desenvolvendo continuamente. Reconhecerá e aceitará suas limitações e paradoxos de sua existência, contudo desenvolverá coragem para assumi-los, envolvendo-se nas situações e enfrentando os riscos.